sexta-feira, março 12, 2010

Bestiário Político

Gosto de manga, tanga madura
danças de gravata encoberta
agulhas que o dente aperta
na casca fica a mordedura.
Fatos em seda de andadura
em trejeitos de boca incerta
bicho da maçã podre, aberta
não deixa cair a armadura.
D' outras frutas gostei eu um dia
escondidas, metidas em sacos
fora d' época, toscas, vadias.
Como meias reféns de buracos
vivendo a cobarde vilania
escondidas dentro dos sapatos.

domingo, janeiro 18, 2009

Faca na Liga

Os três pré-requisitos para ser árbitro dos jogos do Benfica:
1. Ser adepto do Benfica;
2. Ter palas em, pelo menos, 50% dos olhos;
3. Andar com um papagaio no ombro esquerdo.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Quem quer ser milionário?

Quer ser milionário? Tente engarrafar o perfume a tupperware; as mulheres não lhe resistem.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Hoje, de manhã ...

Hoje de manhã nevou por estas bandas. Seria pela novidade (para muitos foi-o) ou pela raridade do acontecimento (última vez foi em 1985), mas viu-se felicidade momentânea e genuína nos olhos de todos os que se cruzavam comigo.
Tenho uma teoria de que a precipitação de neve consegue potenciar a parte de criança que se esconde dentro de nós.
E por um par de horas foi Natal.
Em Janeiro.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Rezar pelo Terço não adiantou

Fui uma vez ao Cinema do Terço. Somente uma vez. Chegou.
Pergunto-me como é que consigo recordar essa ida, ainda para mais sendo tão distante e lembrando-me tão bem com quem fui, que filmes vi (porque foram logo dois) e quando os vi.
É preciso entender que no Porto ir ao cinema era como ir às Antas, ou ao Bessa, ou ao Salgueiros. Tempos do mítico Carlos Alberto, o Sá da Bandeira (fui lá duas ou três vezes, perseguindo meninas das tunas), o Charlot, no Brasília onde fui alguns pares de vezes), o Pedro Cem, na Júlio Dinis (o mais confortável de todos) ou o Auditório da Casa das Artes (dezenas) e mesmo o Nun’Alvarez (ver películas intragáveis com uma amiga, só por amor ao sexo dela, porque nem pensar em me meter no Estúdio Foco). E o roteiro dos cinemas no Porto era um roteiro do Porto.
O Porto é cinema, personagem / paisagem /estúdio, como portuense é Aniki Bobó e Manoel de Oliveira.
Voltando ao Terço...
Era Fantasporto (o Fantas, era uma época, como o Natal ou o S. João), o Fantas dos antigos, ainda nas salas à séria, no Rivoli e no Carlos Alberto, longíssimo dos chopingues, com toda a gente a tentar cravar passes ao Dorminsky, a passear-lhe o chaquete...
Bem, era Fantas e
combinámos ir ao Terço: je-moi e a J., namorada da altura - inteligente, intelectual até demais - mais as irmãs V. e B., inteligentíssimas - as minhas paixões secretas, mas à vez, que não tenho coragens (tomates, como diz a populaça) para ménages - e o grande C. - um cavalheiro à moda antiga, finíssimo, extraordinária companhia. O C. morava ao topo da Santa Catarina, ao Marquês, foi a primeira vez que galguei a pé a rua em todo o seu quilómetro e meio de comprimento.
E qual os filmes para esta arruaça intelectual? Psico, do Mestre, com abertura de uma pachachada qualquer sobre uma banda de rock n’ roll no Conservatório de Moscovo em plena União Soviética, anos 50. Fantástico a não poder mais.
Fica a curiosidade. O Cinema do Terço já foi a céu aberto. teria sido belíssimo assistir a um filme debaixo das estrelas. Hoje está a céu aberto, mas o filme é outro, alías bem comum aos restantes filmes que se vão fazem à volta dos cinemas velhos do Porto.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Um soneto para dois sapatos

Dois Sapatos

E vai um, e vão dois, zás, pás, acto
de tenaz, valente ironia,
duplo tiro, de sapataria
ataque em-Bush, gato-sapato.

Final de ano, de política,
destruição de massa captada
a arma química, descalçada
em canhão de bota balística.

Um, dois, terceiro não arremessou,
não sem vontade, só por defeito,
O persa em duas pernas chegou

Com a raiva a bater no peito.
E em aquele instante provou
Ser como os outros homens feito.

Croius

segunda-feira, novembro 03, 2008

A Idade Traz Sabedorias

Quando era novo não experimentei drogas por cobardia.
Agora, não as experimento por estupidez.