segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Uma Verdade Inconveniente

Ah! como eu gosto das feministas... em especial daquelas feministas tornadas amargas quando descobrem que a militância muitas vezes não chega para encobrir a necessidade que têm de homem.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Sem Papas na Língua

Quarta-Feira, 21 de Fevereiro. Acordei às 7h30 com a sensação de que nunca mais eram 19h45. Ainda de manhã deparei-me com um comentário ao chamado Sistema Alberto do editorial do DN, rematado num jeitoso marcador É preciso ter testículos, escrita de P.P. Mascarenhas.

Já à noitinha, antes de me deleitar com a presença de M. Rebelo de Sousa no Late Night with Conan O’Brien, apanhei outra vez o Prazer dos Diabos. Mais uma vez fui aos arames quando Adelaide de Sousa percebeu o significado do verso da música Great Balls o’ Fire do Jerry Lee Lewis. Aconteceu isto após José Pina ter dito que Alberto João Jardim “teve testículos” ao lançar a tremenda jogada política que foi demitir-se do Governo Regional da Madeira.

Um dos acordes mais afinados da partitura existencialista é a demanda do Homem da catarse, da expiação, da purga do espírito. Numa época em toda a gente está apostada a abrir as chakras do verbalismo tantas vezes truncada pelo movimento politicamente correcto, é de louvar quem almeja esses estados catárticos. O palavrão, enquanto termo solitário e sonoro ou incluído em fluente caudal compósito (os celebrados tomates do Padre Inácio, por exemplo) surge como purgante das angústias que martelam o peito e turvam o discurso.

Voltando aos testículos, quando se escreve assim nesses termos, querendo exprimir, mas calando, tem-se medo do quê, ao certo? De sujar as mãos no teclado? De sujar a boquinha? Testículos pode-se usar, mas tomates já não? Como é possível permutar e castrar o sentido de uma frase tão significativa por uma mariquice politicamente correcta?

Ó senhores. Ao invés de se porem com trejeitos que murmuram “é preciso ter testículos”, limpem a alma e bradem alto “É preciso ter tomates”.

Caralho!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

M. Rebelo de Sousa no Late Night with Conan O’Brien

Ontem à noite, enquanto fazia um zappingzito antes de dormir, quedei-me a ver mais uma migração da extinta SIC Comédia, desta feita para a SIC Radical: Late Night with Conan O’Brien. Em causa, a reposição do programa emitido no dia 29 de Junho de 2006. Abro aqui um parêntese para lembrar que por estas alturas ainda se disputava o acesso aos quartos de final no Mundial da Alemanha e que a 30 de Junho Portugal jogaria contra a Inglaterra.

Apanhei a emissão na altura em que Conan, enquadrado por esta actualidade futebolística, fazia a apresentação das novas mascotes das selecções ainda em prova. Infelizmente só apanhei os últimos dois, mas que dois. Dizia ele (aqui sem a precisão textual) «Passámos à Suécia. Como sabem, a Suécia aposta na exportação de mobiliário e dos filmes de Ingmar Bergman; a nova mascote chama-se “A Morte monta uma cadeira do IKEA”» (passa um filme a preto e branco, com a morte, de vestes negras e gadanha, a tentar aglomerar uma cadeira, lamuriando-se em sueco “eles diziam que demorava metade do tempo...”). [Ouvem-se risos] «E finalmente, Portugal, que amanhã jogará os oitavos contra a Inglaterra... Portugal apresentou a sua nova mascote, (e isto é rigorosamente textual) “MARCELO, o vagabundo da praia”.

E eu atiro: O quê, ele já passa no Conan O’Brien? Fónix!?!


P.S: Entrou então em cena um indivíduo bronzeado, com 1,90m, barriga, peitorais descaídos, tanga amarela e óculos de sol, a acenar e a dizer oulah, oulah, que é olá em americano. É curioso constatar que os argumentistas do programa tenham esta ideia de Portugal, a de que é uma espécie de Brasil.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Gandhi na Madeira

Jardim demitiu-se do Governo Regional da Madeira. O PSD provou grande pontaria política, desta feita não dando tiros nos pés, mas entre os dedos dos pés, apoiando a atitude do homem que se vê como um Gandhi (percebe-se agora o sotaque), mas detentor daquele diferendo com o ex-guru do partido, o Sr. Silva. Como em tudo na vida, tal atitude traz coisas boas e coisas más.

Positivo (ou seta para cima): o novo governo regional só entrará em funções lá para meados de Maio, o que equivale a quase três meses sem atirar dinheiro (50 milhões de €uros) para aquele sumidouro tropical.

Negativo (ou sinal menos): a expectativa. Conseguiremos aguentar o suspense deste braço de ferro do protagonista dos vídeos mais picantes do YOUTUBE com o principal apologista da independência da Madeira, Porto Santo e Selvagens? Qual deles sairá vencedor nas eleições?



segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Que prazer, c’os diabos?

No outro dia quedei-me a televisionar um dos programas migrados da SIC Comédia para a SIC Mulher, o Prazer dos Diabos; tendo assistido às primeiras emissões do programa na Comédia, ainda com o Alvim e o Markl, nunca mais lá passei as vistas. Vai então de espionar o que anda a fazer o novo painel. Tudo muito bonito, tudo muito inteligente, tudo muito risonho. Qualidade, ZERO, poluição sonora e visual, MUITA.

A principal figura é o grande argumentista José Pina, exemplo paradigmático de pessoa sujeita à exposição continuada ao ruído branco dos televisores. Com ar de quem engoliu um limão podre, tem um viso que lembra em parte a Águia Careca dos Marretas (ao nível da sobrancelhas, olhos e melena) e a expressão céptica e boquiaberta do Becas da Rua Sésamo. Aprecio deveras a escrita deste senhor, mas a sua aparição em ecrã tem a mesma oportunidade da transmissão das nuances de Carmen Electra em Braille.

O programa é mediado pela Adelaide de Sousa, rapariga garbosa que empresta aos teasers e aos separadores que faz (e mais nada dali sai) uma série de referências e insinuações dos prazeres que o programa aparentemente proporciona, de olhinhos semicerrados. A sensualidade do bota-abaixismo que por ali grassa, subentendida é certo, não terá as qualidades prazenteiras que a menina apregoa, porque basta um plano de José Pina para estragar tudo.

Também anda por lá uma Inês Meneses, o contraponto do programa («bem vestida», disse a menina de si, certa vez que envergava um daqueles pull-overs Lacoste de tenista anos 70, em cima de uma camisa de folhos pirosa 100 à hora, cingida no pescoço com um laço, muito fin de siècle; depois descobri que tem uma estilista que lhe cuida da imagem, à semelhança do jardineiro que espalha estrume num relvado): se é suposto haver humor, o que faz ali aquela tragédia? Ou representará o prazer frígido? Pedro Mendes, por seu turno, está no programa como corrector ortográfico da Inês M.: neste programa que visionei interveio umas oito vezes para corrigir as patadas da menina, as conjugações verbais, a precisão de nomes e a escolha de sinónimos.

À atenção da Produção: O hedonismo funciona na base da gratificação e isto não recompensa nem dá alvíssaras. Este programa não induz prazer, apenas laivos de masoquismo descompensado para o voyerismo telespectador. Quando não há prazer, há disfunção. Por isso dêem Viagra as pobres diabos.