quinta-feira, setembro 15, 2005

Submarino Nau

(A cena passa-se dentro de um dos novos submarinos portugueses em operação de vigilância à costa portuguesa ao largo do cabo da Roca; o capitão e o Imediato consultam a carta marítima colada na parede de acrílico junto ao braço do periscópio, enquanto os técnicos conferem os sistemas de comunicações e de navegação. De repente BOINK!!!!)

Capitão: O que foi isto?
Marinheiro: Isto foi um toque meu capitão!
Capitão: Alguém já nos bateu por trás. E eu que ainda à dois dias levei o submarino à revisão.
Imediato: Mas quem bate por trás é que paga, meu capitão!
Capitão: Ah é? E se o gajo for um traficante marroquino de produtos tradicionais sudaneses feitos à mão em Taiwan? Eu quero ver quem é que vai pagar o conserto! Estou tramado!
Marinheiro: Ó nosso capitão, deixe lá que eu tenho um cunhado que tem uma oficina e arranja peças preços de fábrica!
Capitão: Mas tu sabes quanto custa a óptica traseira deste menino, sabes? Nem a fábrica me safa. E o pára-choques? E a tinta! É que isto não é uma traineira, caramba! Mas vamos lá ver o que é que aconteceu. Emergir! Emergir!
(soa uma sirene)
Imediato: Emergir! Emergir!
(o submarino emerge e o capitão, seguido pelo imediato e pelo chefe da mecânica saem da escotilha; lá fora vêem uma traineira espanhola com a proa toda espatifada e a ameaçar afundar)
Capitão: Ó chefe, já viu o que fez? Anda p’raí distraído e não vê a quantas anda?
Capitán del Pesquero: Hermano, puedes estar descansado que tiengo seguro contra todolos risgos ... Decháme buscar la cartita vierde...
Capitão: El caralhito é que tienes, que nenhuma apólice cobre abalroamento de submarino.
Chefe Mecânico: Bem dito, meu capitão!
Capitão: Chefe mecânico, faça um relatório dos estragos. E vocês, ó Lolitas, que é que andam a fazer em águas territoriais portuguesas a esta hora? A primeira fase do Euro 2004 já acabou à muito (risos da parte dos portugueses) e Aljubarrota já foi à mais de 600 anos (mais risos entre os portugueses).
Capitán del Pesquero: Mira, passaba por aí y no hay visto el submarino, coño, pensaba que los portugueses no los tenían.
Capitão: Mas temos-los e no sítio (sonoras exclamações entre os portugueses). Mas ao que andam por estas bandas? A traficar droga? A tentar invadir as Berlengas? Diz lá!
Capitán del Pesquero: Vamos a camiño de Santiago por mar a cumprir una promiessa que hisgo al Matamoros en uña noche de borrasca!
Capitão: Está bem, pronto. Mas ai de ti se andas a pescar dentro das nossas águas!
Capitán del Pesquero: Quién, yo? Nunca, que me cague una gaviota en la chuletta de ternera!
Capitão: Prontos, não é preciso jurar. Vamos preencher a declaração amigável e fica tudo resolvido! Se quiseres, até te escolto até águas espanholas.
Capitán del Pesquero: Hombre, que cordial eres. Tieno una impressión totalmente diferente de los portugueses ahora.
(Moral da História)
Capitão: ainda há portugueses que não concordavam com a compra dos submarinos!

3 comentários:

kiko disse...

Caro Dr. Croius:

Muito estimo o vosso regresso! E em grande estilo como sempre!! Quanto a más línguas que por aí andam a correr, devo dizer que me querem mal e que por isso inventam essas infâmias desaforadas... são espanhóis, portanto, os coños! :D Abraço

noasfalto disse...

Esta tem que ir para peça de teatro. De lá da terra quem seria o espanhol? O cobra?

Abraço

Sukie disse...

Ok. Vou adicionar o teu endereço nos links do meu blog!