O Homem é um Animal Político
Rosseau
Rosseau
Rui Rio é uma Besta Política
Anónimo SD Cerco
Perante as recentes eleições realizadas em Portugal, penso que a partir de agora os escrutínios deveriam ser efectuadas através do método do “braço no ar”. Este método ancestral de escrutínio consiste na erecção de um dos membros superiores quando em concordância com a questão colocada. Por oposição ao voto secreto, este é o voto desvelado. Após apurado estudo, julgo ter sintetizado os principais problemas do sistema eleitoral português e seus sucedâneos, a saber, falta de dignidade do processo de escrutínio, desmotivação dos cidadãos para a política e consequente alta taxa de abstenção. O Sistema Braço No Ar (SBNA) representa a solução perfeita para estes problemas.
O actual processo de escrutínio é deselegante. Atente-se à figurinha usada em Portugal para o cidadão poder exercer o seu dever cívico: depois de recenseado, tem de levar com duas semanas de campanha; no dia da eleição aguarda na fila em frente da urna de voto até chegar a sua vez para, à socapa e a coberto de um nicho, inscrever uma cruz numa quadrícula de um papelinho, para depois o inserir dobrado em quatro numa ranhura; no final do dia, os camelos que perderam um Domingo perfeitamente saudável atrás da caixa negra ou a fazer a cacicagem da caça ao voto à boca da urna contam os papelinhos e pronto, já está. Nada mais económico e confortável. Mas isto não é nada. Não é assim que se mobilizam os portugueses para a Política.
O SBNA traria ao processo eleitoral uma clara poupança de tempo e dinheiro, para além de garantir a adesão do cidadão à Política e às votações. É que o SBNA apela aquilo que é mais primitivo no Homo Politicum: a inveja. Passo a explicar.
Este sistema só poderia funcionar com recurso à concentração dos cidadãos recenseados em determinado local amplo, nunca segundo o processo de inquirição pessoal. Nem tão somente existiria compatibilidade com a egoísta real gana do cidadão em comparecer junto às urnas de voto à hora que lhe apetecesse. O presidente da secção de voto determinaria um local e uma hora onde os recenseados se reuniam; após uma necessária confirmação de aptidão para o voto por parte dos eleitores, apresentavam-se os candidatos. Era nesta altura, e só aqui, que se apresentavam os respectivos programas, isto é, que o eleitor tomava contacto com a campanha. O dinheiro que se poupava em cartazes e autocolantes. De seguida o presidente da mesa nomearia os candidatos e os cidadãos levantavam o braço mediante a sua preferência. Deste modo não haveria espaço para “eu nunca prometi isso”, nem o típico “faço, desfaço e aconteço”, porque a turba tem a memória longa. Era o início da reabilitação do Político. Assim, neste sistema as pessoas iam votar por duas razões: 1ª para ver se os vizinhos iam votar e em quem e para os vizinhos os verem a votar, o clássico ver e ser visto; 2º no caso do vizinho se candidatar, ter oportunidade de se candidatar também. A participação e abstenção estariam desta forma comprometidas, visto que o português anda sempre a controlar o vizinho.
É certo que este método acarretaria algumas desvantagens que, bem entendido, se traduziriam maioritariamente em problemas do foro logístico. Mas nada de grave. Pode-se dizer que um dos principais inconvenientes seria do foro psicológico, pois o cidadão ver-se-ia confrontado com a dramática tomada de decisão/ acção aos olhos dos outros, mas acabaria-se de vez com a frase muitas vezes ouvida “eu não votei nesses gajos” nem com a famigerada "se ninguém votou neles, como é que eles ganharam as eleições?". A questão dos espaços e das horas de reunião também poderiam ser problemáticas e gerar a abstenção, mas se ao mesmo tempo da votação se programasse uma sardinhada regada a vinhaça (sumos e fêveras para quem não gostar), a abstenção seria automaticamente suprimida. E se a eleição estivesse prevista para o Verão? Fazia-se na praia! E se estivesse a chover? Fazia-se nos Estádios do Euro; seria a melhor forma de reabilitar a torpe relação entre a Política e o Futebol!
Estou em crer que a generalização do Sistema Braço No Ar (SBNA) garantiria a resolução destes graves problemas que infectam a vida política e, portanto, os políticos portugueses. A Política em Portugal está descredibilizada por falta de erecção. E lá diz o anúncio “Sabia que um Homem demora em média 4 anos a admitir sofrer de disfunção sexual?”. Olha que ele há coisas ...
C.
4 comentários:
Quem apoia? Braço no ar.
Pena que assim não havia uns bonezitos e canetitas e autocolantezitos e microondazitos e frigorificos e chouricitos e etc...A rever, definitivamente, mas quase no ponto.
Abr
Bom, os nossos politicos já sofrem de "disfunção sexual" à 30 anos e ainda não admitiram, por isso...
Eu acho q devia ser proibido fazer campanhas eleitorais com música (principalmente pimba), oferta de bugigangas q na realidade ñ servem p nada, apenas se deviam expõr as ideologias de cada candidato em folhas de papel que se distribuíam pelos cidadãos. Assim eliminavam-se os votos de uma elevada percentagem de mentecaptos que votam pelas ofertas estúpidas e evitava-se que as pessoas tivessem que "levar" com o raio das campanhas barulhentas e desnecessárias! Eu sei lá! Já nem posso ouvir falar de eleições...
Eu voto nisso! e com cerveja à mistura!
Enviar um comentário