quinta-feira, outubro 06, 2005

Rerum Politicae

Os meus amigos sabem que este espaço não costuma ser ocupado com mariquices em torno da política, do futebol e mesmo da religião. É um espaço isento. Este pequeno introito serve para lavar a cara do que se falará à frente, o que o título bem consagra. Assim, não se tratará da Política, antes das coisas da Política, o que é manifestamente diferente. Falo, é claro, de campanhas elucidativas do que os principais partidos, qual o mais infeliz, estão apostados a fazer. Assim vai a Política em Portugal.

#1. Manuel Maria Carrilho. O candidato PS à Câmara de Lisboa parece que foi escolhido segundo aquele sistema do pauzinho mais pequeno (ahahahahaahaha), por tão ridículo. O menino enfezadinho até parece que foi metido à pressa dentro de um fato Armani. Mas o Prof. Carrilho é bom para debates à base do insulto, se bem que lhe faltava um estagiosito aqui pelo Norte para aprender uma bocadinho de retórica de mercado. O maior trunfo da sua campanha, a futura primeira dama Bábá Guimarães só dá que pensar: ela escolhe-lhe as roupas para o dia seguinte, como qualquer esposa devotada; ele escolhe-lhe as leituras, sugere as adjectivações a utilizar no culto programa televisivo que ela apresenta e explica-lhe que Schopenhauer era um filósofo alemão e não o termo germânico para mamada prolongada (chupen+hour).
#2. Do PSD só me dá para reflectir sobre isto: o Alberto J. Jardim ameaçou que se o PS ganhar na Madeira não haverá verbas para ninguém; já tardava o tempo da chegada da Democracia ao nosso enclave separatista.
#3. Só há uma palavra que consegue sintetizar as acções de campanha da CDU: previsível. Se as quiser evitar, não apareça à porta de fábricas durante os próximos 237 anos.
#4. Uma coisa é certa: dá para ver que as festas do Avante (do PCP) serviram para alguma coisa: pelo menos inspiraram a campanha do Bloco de Esquerda, pois trata-se de uma campanha eclética, longe do cinzento que colora as demais campanhas. Exemplo: já lá vi peças de teatro de rua, ganza, circo, marionetas, karaoke político estilo DVD’s Louçã (não confundir com K7’s Cunhal), música alternativa e marijuana. Sim senhor. Um exemplo. E tudo gratuito.
#5. A campanha do CDS-PP é, por seu turno, antipoda da do BE. É coerente e homogénea. Bem dentro daquilo que ficou escrito no manual de campanhas do seu Grande Timoneiro, A Arte da Feira, a guerra autárquica deve ser levada às feiras e cada combatente equipado do M64 político, a saber, sacola com calendário+ programa +poster +esferográfica + autocolante, sem mais artifícios que não seja aquele ar de gajo a quem lhe atiraram uma peruca manhosa à foda-se para cima, e aí vamos nós! Alguém tem é de lhes explicar que os feirantes não votam, porque também se fazem feiras aos domingos.
Até Amanhã, Camaradas, como dizia o defunto Manuel Tiago.
C.

6 comentários:

Miguel de Terceleiros disse...

(Risos)Chupen Hour... (Risos) engasguei-me cof cof

kiko disse...

Assim vão as glórias do mundo!!! E que ricas glórias, as que servem nas pastelarias aí por b.!!! Abraço

carlos alberto disse...

Análise interessante, se bem que discorde com uma delas... é que a continuar assim, daqui a 237 anos já não serão precisos trabalhadores nas fábricas!!!

carlos alberto disse...

Só para rectificar, o defunto Manuel Tiago dizia "Até Sempre" e não "até amanhã"...

Sukie disse...

1- chupen hour tá de mais. haja imaginação!
2- Os madeirenses que tenham cuidado: aquilo ali vai a caminho de uma ditadura...
3- A CDU está a descer drásticamente. Lembro-me de ser miuda e eles terem um monte de autarquias...agora é o q se vê.
4- Eu até simpatizo com o BE, mas não posso levar a sério um grupo partidário q tenta cativar os jovens tocado-lhes no tendão de aquiles (não era bem esta a expressão, mas imaginemos q se adapta). Como colocarem -se à entrada de concertos a propagandear as ideologias referidas por ti.
5- Mais um ponto c q me desfiz a rir. É verdade: há feira ao Domingo. Quanto a mim, sei que um líder faz um partido, mas que o próximo o pode mudar, acontece q eu ganhei aversão ao PP desde as peripércias do Paulo Portas e agora ñ há nada que me faça ver o PP c bons olhos...

Enfim, só acho q bem ou mal, todos devemos ir votar no Domingo. Nem que seja em branco! Vamos cumprir os nossos deveres (q são tb um previlégio-os meus pais lembram-se de ñ poder votar) de cidadãos!

hmscroius disse...

Terceleiros: é o trocadilho possível
Quioske: Sic Transit Gloria Mundi
Galecius: É claro que tinhas de discordar. E logo com aquela! PEnsei que estivesses velho e reformista, mas afinal estás empedernido. Vive 1'anarchie!
Moonj Rita: Concordo plenamente, pois deve-se exercer sempre o direito e o dever de votar.