Sendo este um espaço com predilecção pela literatura e atento ao maná editorial, foi com uma agradável surpresa e natural satisfação que assistimos ao lançamento de uma aventura de Astérix na outra língua oficial portuguesa, o mirandês, o nosso basco. Primeiramente tem de se dizer bem da tradução. Acabou-se a malapata da interpretação livre que certos tradutores vinham protelando (basta o exemplo de Die Hard = Assalto ao Arranha Céus/ Die Hard II = Assalto ao Aeroporto*), daí que Astérix, le Gaulois em mirandês é Astérix L Goulês (e não "L Ome qui bibia nel sítio c’agora tus padres bulem").
Mas esta edição não foi perfeita, por isso tenho de dizer mal de uma coisinha de nada. Como o centro do país é a nossa capital e como tudo o que se produz em Portugal tem de passar por Lisboa, mesmo não lhe dizendo respeito e lá não se produza nada, lá tivemos que gramar com o lançamento na capital. Uma primeira edição de 3.000 exemplares esgotou-se em minutos; a Mirandela e às escolas mirandelenses só chegaram fotocópias do livro.
De onde se descobre que há em Portugal uma cambada de néscios prenhes da imbecil boçalidade que medra nas margens do Mar da Palha, que não satisfeitos de não saberem falar português, insistem em comprar um livro traduzido numa língua que não entenderão, porque o mirandês é como o basco, vive dos sons bravos, das palatizações, ao passo que o lisboeta é tragicamente expirado transformando Filipes em Felipes e as vassouras em vassôras. Estou certo que este álbum, depois de folheado entre um pires de pipis e uma ginginha será arrumado sem delongas mais que o tempo de um arroto na estante, onde afinal jazem funerariamente os vinte e oito volumes da Enciclopédia Luso-Brasileira, a obra completa do Prémio Nobel Saramago ainda no plástico e um exemplar lido do Código Da Vinci.
E depois admiram-se que o PIDDAC para 2006 tenha mais uma vez uma distribuição democrática em que a região de Lisboa/Vale do Tejo leva 70% do guito; mas descanse-se que à Província caberão as fotocópias.
Mas esta edição não foi perfeita, por isso tenho de dizer mal de uma coisinha de nada. Como o centro do país é a nossa capital e como tudo o que se produz em Portugal tem de passar por Lisboa, mesmo não lhe dizendo respeito e lá não se produza nada, lá tivemos que gramar com o lançamento na capital. Uma primeira edição de 3.000 exemplares esgotou-se em minutos; a Mirandela e às escolas mirandelenses só chegaram fotocópias do livro.
De onde se descobre que há em Portugal uma cambada de néscios prenhes da imbecil boçalidade que medra nas margens do Mar da Palha, que não satisfeitos de não saberem falar português, insistem em comprar um livro traduzido numa língua que não entenderão, porque o mirandês é como o basco, vive dos sons bravos, das palatizações, ao passo que o lisboeta é tragicamente expirado transformando Filipes em Felipes e as vassouras em vassôras. Estou certo que este álbum, depois de folheado entre um pires de pipis e uma ginginha será arrumado sem delongas mais que o tempo de um arroto na estante, onde afinal jazem funerariamente os vinte e oito volumes da Enciclopédia Luso-Brasileira, a obra completa do Prémio Nobel Saramago ainda no plástico e um exemplar lido do Código Da Vinci.
E depois admiram-se que o PIDDAC para 2006 tenha mais uma vez uma distribuição democrática em que a região de Lisboa/Vale do Tejo leva 70% do guito; mas descanse-se que à Província caberão as fotocópias.
C.
PS: Este post esteve para se chamar Duas Reflexões em Torno da Arte de Mamar.
*chamo especial atenção para a semântica da palavra inglesa II
6 comentários:
Está na altura de inverter estas situações. Está na hora da verdadeira REVOLUÇÃO!!! Temos que chamar "Asterix L Goulês"!
Abraço.
É verdade. Mas a vida é mesmo assim...pode ser que essas pessoas tenham consciência e acabem por entregar os livros a quem lhes diz respeito e usufrua verdadeiramente deles. Eu, quando era miuda, e ainda hoje, gostava muito de Asterix. É uma surpresa ver o quase desaparecido A. mais o seu amigo O. e todos os outros, aparecerem outra vez em força no mercado. Um abraço, R.
Flip não Felipe!
As "escolas mirandesas" existem em Miranda do Douro, e não em Mirandela (escolas mirandelenses).
johnny: perdão pelo erro, é indesculpável.
Independência já!
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