segunda-feira, fevereiro 13, 2006

A Liberdade de Confusão

Problema velho de meses, a discordância por parte de alguns frisos da sociedade islâmica no concernente a um projecto de um jornal dinamarquês apostado em realizar uma jam session com cartoonistas de modo a perceber-se qual a verdadeira face de Maomé. Lembro o eventual leitor que a BBC já havia feito algo do género há dois ou três anos em relação ao verdadeiro viso de Cristo, com resultados surpreendentes. Por aquilo que os homens debuxaram, depreende-se que gostos não se discutem.
Uma das facções islamitas, mais existencialista, não gostou de ver uma representação mais pilosa de Maomé, com abundante barba e turbante em forma de bomba, alegando que o perfil baseado na extemporânea expressão pelas barbas do profeta “não representa uma interjeição conceptual transposta à realidade, será antes uma analogia à honradez própria do homem adulto, por imposição à irresponsabilidade do rapaz imberbe”; para mais que no tempo de Maomé não havia sido ainda descoberta a pólvora. Outra doutrina, a freudiana, discordou da coexistência entre o profeta com um cão, visto saber-se pelas passagens do Corão Apócrifo do Mar Morto que Maomé era alérgico a estes animais, rejeitando a tese de que o profeta tenha querido alguma vez entrar "em brincadeiras com o quadrúpede”.
Há aqui evidente confusão e estamos aqui para esclarecer a biografia deste importante personagem. Maomé era um homem magro, de compleição franzina mas de grande resistência, por ser corredor de grandes distâncias. De tez morena e barba fina, mas curta, tinha um metro e sessenta e oito e pesava cinquenta e nove quilos. Quem o quisesse encontrar, bastava procurá-lo entre Medina e Meca, localidades que balizavam o seu local de treino diário. Sujeito afável e simpático, era dado a crises de mau humor derivado da presença dos incómodos grãos de areia entre as sandálias e as solas dos pés. Perito em fugas para a frente, acabou a carreira como lebre em maratonas.
Existe, por isso, alguma confusão sempre que se quer perceber as grandes linhas dos países islâmicos. Outro exemplo capaz é aquele que envolve o Irão, que emprega moderna tecnologia na tentativa de exportar gasolina para a Dinamarca e a Noruega através de cocktails molotov lançados para dentro das suas embaixadas, já que ainda não existe um pipeline entre o Médio Oriente e a Jutlândia. E é com alguma preocupação que vejo alguns comentadores de política internacional (leia-se os costumeiros general Loureiro dos Santos e Nuno Rogeiro) a insistirem em ligar estes acontecimentos a um diferendo comercial que opõe o Irão à Noruega chamado “loiras por camelos”. A liberdade dá confusão.

C.

2 comentários:

noasfalto disse...

Não falo mais disto,já mete nojo.

Abraço e até que enfim que nos presenteias com um post!

carlos alberto disse...

Até que enfim! Estava aver que nunca mais aparecias...
Cá para mim os muculmanos não têm é sentido de humor...
Abraço!