terça-feira, maio 08, 2007

Portugueses na Literatura Estrangeira II

Tal como foi escrito no post Portugueses na Literatura Estrangeira, dá-se nova entrada a propósito da caracterização do povo luso nas letras do mundo, desta feita no livro do grande e rubicundo Umberto Eco, A Ilha do Dia Antes,

2. Umberto Eco (Itália), A Ilha do Dia Antes, DIFEL, p. 265:

"Por exemplo em Macau, ah Macau, bastava só o pensamento daquela aventura para o padre Gaspar se transtornar. Era uma possessão portuguesa, os Chineses chamavam aos europeus homens de nariz comprido exactamente porque os primeiros a desembarcar nas suas costas foram os portugueses, que de facto têm um nariz compridíssimo, e também os jesuítas que vinham com eles. E portanto a cidade era uma só coroa de fortalezas brancas e azuis sobre a colina, controladas pelos padres da Companhia, que deviam ocupar-se também das coisas militares, visto que a cidade estava a ser ameaçada pelos hereges holandeses. O padre Gaspar decidiu fazer rota por Macau, onde conhecia um frade doutíssimo em ciências astronómicas, mas esquecera-se de que navegava num fluyt.
O que fizeram os bons padres de Macau? Avistado um navio holandês, agarraram-se logo aos canhões e colubrinas. De nada valeu o padre Gaspar esbracejar à proa e haver feito imediatamente içar o estandarte da Companhia, aqueles malditos narizes compridos dos seus confrades portugueses, envoltos no fumo belicoso que os convidava a uma santa carnificina, nem deram por isso, e força a fazer chover balas à volta de toda a
Daphne".

Umberto Eco retrata assim uma das mais conhecidas proeminências do lusitano, o nariz, grande concorrente das unhas. Se tivessem sido os italianos a chegar primeiro à Ásia (parece que quando Marco Polo lá chegou, os tamanhos ainda não eram valorizadas), os chineses decerto nomeavam os europeus por os picaretas.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nariz comprido, pfffffff... Este Eco, às vezes, mija imenso fora do penico.

Anónimo disse...

Foda-se eu não sou catatau (deve ter sido algum tipo que esteve neste computas)...

Morwen disse...

vamos lá ver o lado positivo da coisa... se fossem os franceses os primeiros a lá chegar éramos chamados de parolos.
embora os orientais agora gostem muito de glitter à semelhança dos jovens avecs' que curtem ao som do hiphop americano traduzido pra francês(HORROR ao quadrado) com o seu cachucho de brilhantes no dedo mindinho....

beijo da mana!