A época dos incêndios não deu tréguas a ninguém. Mas muito francamente nem percebo porque é que há tanto alarido em torno de umas quantas fogueiritas. Aqui por Viana ardeu toda a serra de Santa Luzia. O fogo deu duro durante dez dias, com acendimentos e reacendimentos. E tanto turista com o pulmão congestionado e o olho lacrimejante da fumarada que caiu sobre as festas da Agonia (o trocadilho que daqui poderia sair, meus amigos) ... mas agora Viana está mudada, até já parece Lisboa: para além de estar assim em cima do rio e de ter uma ponte metálica e outra de betão, trocou o verde Minho que a rodeava por aquela cor mais meridional e mediterrânica, o castanho-merda.
Outro dos factores positivos dos incêndios na região de Viana foi a afluência das gentes aos locais em combustão. De facto, as pessoas mobilizaram-se para junto dos incêndios e até criaram um sistema inovador de apagar o fogo: empunham o telemóvel e capturam as chamas com a máquina fotográfica. O movimento formou longas filas de trânsito recheadas de pessoas ávidas de capturar o fogo. (e Região de Turismo ainda se queixava à tempos da não afluência de turistas...). Da minha casa as chamas viam-se bem, pois está voltada para a encosta e, caramba, o Senhor me perdoe (agora e sei que me acicatou um acesso desmedido do mais egoísta mercantilismo), que até pensei vender a casa aproveitando da melhor forma a subida do valor dos terrenos que os incêndios sempre originam. Agora estou com remorsos de ter pensado em explorar aquelas gentes voluntariosas que em Espanha (esse sim é um país com P grande) já são chamados dos novos heróis, los mirones.
1 comentário:
Não aproveitaste para encher os bolsos e agora vais gramar uns anitos de amarelo-merda.
Só teu!
Abraço
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