Porque hoje é dia Mundial da Poesia (e da árvore, etc, etc) lanço aqui uma elegia de minha lavra subordinada, redundantemente, à tragédia. Um drama de faca e alguidar ocorrido numa qualquer pensão manhosa eivada de putas e de chatos, à razão de uma por cada mil, com acesso aos quartos por meio de um ascensor de portas de rede ao melhor estilo dos filmes harcore da escola francesa de meados dos anos setenta. Chamei-lhe e ainda chamo, La Facade.
La Facade
Clamei, manobrando o cutelo
Tragédia! nos exíguos quartos.
Tinto, o tapete de curto pêlo,
cinjo o cinto, pego nos sapatos.
A escada negra, rubro corrimão,
calam-se as putas, fogem os chatos,
o sangue escorrendo para o chão
pelas frinchas do soalho da pensão.
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2 comentários:
Lindo! Bravo!
Fantástico! Muito nouvelle vague minhota!
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